Horta(s) e Jardins – As praças, os largos e os jardins

Este trajeto percorre os principais espaços verdes públicos da Horta, permitindo conhecer as espécies classificadas neles existentes.

A Horta terá sempre recebido notoriedade devido aos seus arranjos botânicos. Desde as viçosas quintas referidas por Raul Brandão em As Ilhas Desconhecidas, aos verdejantes logradouros das habitações, até às extensas e luxuriantes propriedades da família Dabney.

Hoje, é possível encontrar nos nossos espaços verdes públicos espécies notáveis que constituem nosso património vegetal, nomeadamente a araucária (Araucaria heterophylla) e o dragoeiro (Dracaena draco L.).

1. Praça do Infante

Neste lugar existiu em tempos um pequeno porto chamado Beliago, que desaparece em 1675 na sequência do prolongamento da muralha de proteção da então vila da Horta. As obras dão então origem a este espaço ajardinado.

Inicialmente denominou-se Largo de Neptuno e, em 1894, por ocasião das comemorações do V centenário do nascimento do grande impulsionador dos Descobrimentos portugueses quinhentistas, a sua denominação foi alterada para Largo do Infante D. Henrique.

Em 1940 é inaugurada uma estátua do Infante. Duas décadas mais tarde, é substituída pelo atual busto da autoria do escultor Numídico Bessone, este que é enquadrado pelo muro de basalto negro, onde se pode ler a divisa da Casa do Infante: Talent de bien faire.

Aqui podem ser observadas as monumentais palmeiras-das-Canárias (Phoenix Canariensis), espécie classificada e protegida por lei. Estas são datadas de 1898, aquando a reconstrução do largo devido a um temporal.

2. Jardim da Cedar’s House

Os jardins das propriedades dos Dabney foram profusamente conhecidos, durante o século XIX, pela sua beleza e sumptuosidade, proporcionadas pela quantidade e diversidade de espécies botânicas (árvore de fruto e ornamentais, arbustos, flores, plantas aromáticas, etc.). Terão sido, inclusivamente, responsáveis pela introdução de diversas espécies nos Açores, nomeadamente as araucárias (Araucaria heterophylla), hoje espécie classificada.

A Cedar’s House vai buscar o seu nome exactamente ao cedro (Cedrus sp.). Embora parte seja de carácter privado, nos seus espaços verdes perdura um espantoso exemplar de ombú (Phytolacca Dioica), espécie atualmente protegida por lei, entre outras espécies de grande interesse.

3. Largo Duque de Ávila e Bolama

Foi inicialmente designado por Largo do Colégio, por se situar na frontaria do antigo Colégio dos Jesuítas. Posteriormente, a partir de 1871, é denominado em homenagem a António José d’Ávila, figura faialense de grande relevância a nível político, tendo sido inaugurada em 1970, uma estátua da autoria do escultor Numídico Bessone.

Hoje, no pavimento deste largo, é possível observar motivos em calçada portuguesa com temáticas representativas do Faial, como moinhos e as senhoras de Capote.

4. Jardim Florêncio Terra

Este jardim é inaugurado em 1857, ocupando parte do terreno que outrora foi preenchido pelo Convento de São João, demolido em 1836. Foi inicialmente denominado Passeio Público e posteriormente Jardim Público até 1964, quando é alterado para o seu nome atual, em homenagem ao jornalista e contista faialense, Florêncio Terra.

De traça ao gosto romântico, exibe um coreto do final do século XIX, rodeado por um pequeno lago e quatro estátuas que representam as estações do ano.

Neste jardim já foi possível observar quatro exemplares de dragoeiro (Dracaena draco), espécie arbórea classificada, cujas copas se uniram. Foram, no entanto, danificados durante um temporal. Atualmente podem ser apreciados ainda um exemplar de grande porte desta espécie, assim como a araucária (Araucaria heterophylla), igualmente classificada.

5. Jardim Botânico

O Jardim Botânico do Faial encanta os seus visitantes desde 1986. Criado numa antiga exploração agrícola denomina da Quinta de São Lourenço, conta com uma área de cerca de 8.000 m2 no pólo central e 60.000 m2 no pólo de altitude de Pedro Miguel.

Este jardim presta um importante contributo científico, pedagógico, ecológico e de lazer, sendo uma infraestrutura única no arquipélago dos Açores. A sua função, para além de ser um local aprazível de beleza ímpar e de visita obrigatória, está ligada à conservação e estudo da riqueza florística natural dos Açores e ações de sensibilização, divulgação e educação ambiental.

Visitar o Jardim Botânico do Faial é reviver a história dos Açores, do seu povoamento e do uso das plantas pelo homem. Pode-se, assim, observar uma vasta coleção de flora natural dos Açores, existindo ainda uma área reservada às culturas agrícolas históricas, às principais espécies invasoras, um belíssimo orquidário e uma coleção de plantas medicinais e aromáticas.

6 Praça da Repúblic

Este jardim estabelece-se no espaço onde, até finais do século XIX, se encontrava o antigo Convento da Glória. Em sua memória foi chamado Largo da Glória, passando depois a ser designado Praça D. Carlos I em virtude da visita régia de D. Carlos I e D. Amélia em 1901. Com a Instauração da República em 1910, recebe a atual designação.

É redesenhado na década de 30 do século XX, sobressaíndo o tradicional coreto vermelho e branco e um pequeno lago, recortado por pedras de lava. Junto a este encontra-se um medalhão numa rocha basáltica que recorda o faialense João José da Graça, introdutor da imprensa e do jornalismo no Faial.

Atualmente podem observar-se espécies classificadas como as gincós (Ginko biloba) e as araucárias (Araucaria heterophylla), além dos freixos, um ulmeiro, um carvalho e as sumaúmas.

7. Parque Vitorino Nemésio

Popularmente conhecido como Parque da Alagoa, constitui atualmente o maior parque urbano da cidade.

Aqui é possível praticar várias atividades de lazer, desportivas e balneares, pois a par deste frondoso enquadramento arbóreo encontra-se também a praia da Conceição.

8. Jardim do Comendador Eduardo Bulcão

Em 1926, o Comendador Eduardo Laemmert Bulcão, considerando o antigo Largo de São Francisco pouco adequado, realiza obras por iniciativa própria.

Assim, a Câmara Municipal da Horta atribui, em 1939, o seu nome em sua homenagem, pelo contributo prestado ao embelezamento da cidade.

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