Horta Antiga – Os primórdios
Este percurso dá a conhecer as mais antigas edificações da cidade, pois cruza os testemunhos dos primeiros séculos da Horta, desde os tempos do povoamento até ao século XVIII.
O desenvolvimento urbano da atual cidade teve dois pólos de povoamento: nas proximidades do Monte Queimado, atual freguesia das Angústias, e junto à ribeira da Conceição, zona que foi denominada “Vila Velha” por Gaspar Frutuoso, cronista que visitou as ilhas nos finais do século XVI.
Ao longo dos séculos XVI e XVII, começam a aparecer as primeiras construções religiosas e defensivas, que acabam por marcar a disposição urbana da vila.
O casario terá sido estabelecido sobretudo de norte para sul, de modo a ocupar o eixo entre estes dois extremos da abrigada baía. Originou-se, assim, uma povoação em forma de anfiteatro virada para o mar.
- Cidade da Horta
- Duração aproximada de 4 horas
- Alguns locais sujeitos a horário.
- Nível de dificuldade baixo
1. Forte de Santa Cruz
Esta construção, também designada por Castelo de Santa Cruz, é datada do século XVI. Projetada por um engenheiro italiano sobre uma zona de areal, teve por objetivo a defesa da povoação da baía contra as investidas de piratas e corsários que percorriam as águas do arquipélago, atraídos pelas riquezas vindas do Brasil e da Índia.
Construído em basalto e tufo vulcânico, deste restam apenas as muralhas exteriores e uma capela dedicada a Santo António, edificada no século XVII.
2. Igreja das Angústias
3. Forte de São Sebastião
O Forte ou Castelo de São Sebastião, edificação do século XVII em tufo vulcânico, formava, juntamente com o Reduto da Patrulha, o bastião defensivo da baía de Porto Pim. Foi primeiramente conhecido como Castelo da Cruz dos Mortos, e controlou a aproximação de embarcações pelo lado sul da ilha, assim como a sua entrada e saída desta pequena enseada.
Nos inícios do século XVIII foi reconstruído, passando a servir de prisão aproximadamente até ao fim da II Guerra Mundial.
4. Reduto da patrulha
Também denominado Portão de Porto Pim, integra o conjunto de fortificações que compõem o sistema defensivo desta baía, sendo o seu ponto de acesso ao mar.
Esta construção integra uma torre de vigia e cerca de uma dezena de canhoeiras no seu terraço.
5. Império dos Nobres
Este edifício de culto ao Divino Espírito Santo, também conhecido como Império de Reconhecimento e Beneficência, é edificado em meados do século XVIII. É edificado no cumprimento de uma deliberação da Câmara Municipal da Horta após a erupção vulcânica ocorrida entre as freguesias da Praia do Norte e Capelo, no ano de 1672.
Com elementos de inspiração barroca e manuelina, este terá sido o primeiro império construído em pedra e cal, ao passo que anteriormente as estruturas montadas para o festejo seriam apenas efémeras.
6. Torre do Relógio
Esta torre foi edificada como parte integrante de uma antiga igreja, a primeira Igreja Matriz da Horta. Esta igreja terá sido construída no início do século XVI e demolida em 1825.
Esta torre, do início do século XVIII, albergou ao longo de décadas um relógio adquirido em Inglaterra, nos finais deste mesmo século.
Com o desaparecimento da igreja persiste a torre, sendo que o espaço resultante da demolição dá origem ao Largo D. Luís, popularmente conhecido por Largo do Relógio.
7. Igreja e convento do Carmo
Esta igreja está edificada no local de uma antiga ermida de devoção a Nossa Senhora da Boa Nova, datada de meados do século XVII. A esta foi posteriormente anexado um convento para abrigo dos frades carmelitas, que muitas vezes passavam no Faial nas viagens de e para o Brasil.
No ano de 1698 iniciou-se a construção da atual igreja do Carmo. O corpo principal do edifício ficou concluído em 1751 e o frontispício ultimado em 1797.
Resulta, assim, uma igreja de imponente fachada de inspiração barroca, que se destaca com preponderância na paisagem em anfiteatro, dada a sua altura magnânima e localização privilegiada. Igualmente de gosto barroco, destacam-se o altar-mor e os altares laterais em talha dourada, bem como os exemplares de painéis de azulejos.
Após o sismo de 1926, o antigo convento foi em grande parte substituído por outras estruturas, passando nele a funcionar um quartel militar.
8. Antigo Colégio dos Jesuítas
É um dos três colégios da Companhia de Jesus nos Açores, e é considerado o edifício mais notável e imponente da cidade da Horta.
A construção da igreja remonta aos finais do século XVII, enquanto que a edificação dos edifícios adjacentes tiveram início no ano de 1719. Esta igreja, inicialmente designada por Igreja do Colégio e consagrada a Nossa Senhora dos Prazeres, passou a Igreja Matriz do Santíssimo Salvador em 1825.
Dela destaca-se a magnificência da fachada, assim como as talhas douradas do período barroco e os importantes painéis de azulejos do mesmo estilo do que ornamentam o interior. O corpo à esquerda da igreja apresenta um curioso portal que, decorado em cantaria de basalto, simbolizaria a Portaria do antigo colégio.
Ao longo do tempo, e até aos dias de hoje, o edifício abrigou os principais serviços administrativos da localidade (Tribunal Judicial, Biblioteca Municipal, Repartição de Finanças, entre outros). Atualmente instala a Câmara Municipal, no edifício norte, e o Museu da Horta no edifício sul.
9. Igreja de São Francisco
Tem origem em um primitivo convento da Ordem franciscana, fundado provavelmente no início do século XVI e inicialmente localizado à beira-mar. No entanto, é saqueado e incendiado em 1597 durante um ataque de corsários ingleses, e novamente destruído pelo mar em 1669. O convento é então recuado para a sua localização e forma atuais no final do século XVII.
Esta igreja, consagrada a Nossa Senhora do Rosário, apresenta uma torre sineira do lado esquerdo do corpo, sendo o seu interior constituído por três naves. Aqui sobressaem os retábulos de talha dourada, as madeiras exóticas, exemplares de pinturas em tela e os painéis de azulejos do século XVIII.